terça-feira, 31 de março de 2009

Metafísica do Amor

Não há, pois, homem nenhum que primeiro não deseje ardentemente e não prefira as criaturas mais belas, porque realizam o tipo mais puro da espécie; depois procurará principalmente as qualidades que lhe faltam, ou, por vezes, as imperfeições opostas àquelas que ele próprio tem e achá-las-á belas. O entusiasmo vertiginoso que se apodera do homem à vista de uma mulher cuja beleza corresponde ao seu ideal, e faz brilhar a seus olhos a miragem da felicidade suprema se conseguir unir-se-lhe, não é outra coisa senão o sentido da espécie que reconhece o seu cunho mais atraente e que por ele gostaria de se perpetuar.

Por isso neste instinto, como em todos os outros, a verdade reveste-se de ilusão para actuar sobre a vontade.


Schopenhauer In Metafísica do Amor

sexta-feira, 27 de março de 2009

Não arrastes o meu caixão



Catch him if you can... I did at Maxime. (Track two)

quinta-feira, 26 de março de 2009

A condição não é curável, mas o medo da condição é.

sábado, 21 de março de 2009

Era assim que ela tentava compactuar com a mediocrdade de viver.
Mas era tarde: ela já ansiava por novos êxtases de alegria ou de dor. Tinha era que ter tudo o que o mais humano dos humanos tinha. Mesmo que fosse a dor, ela a suportaria, sem medo novamente de querer morrer. Suportaria tudo. Contando que lhe dessem tudo.


C.L.

Do Artista

"Um cineasta é um ser humano como os outros. Apesar disso, não vive uma vida como a dos outros. Ver é para nós uma necessidade. O pintor também se faz da Visão, mas o que o pintor vai descobrir e formar é uma realidade estática ou um movimento que foi captado num gesto. O cineasta precisa de ligar pedaços de uma realidade em constante mutação, uma realidade que evolui e se consome, e de representar esse movimento no tempo e no espaço, de perto e de longe, sob uma forma nova que lhe é sui generis".

Michelangelo Antonioni (1912-2007)

For your consideration

The Bachelor is due to be released on June.

terça-feira, 17 de março de 2009

Angola. Eu vou.

Um homem novo
Veio da mata
De armas na mão
Não é soldado
De profissão
É guerrilheiro
Na sua aldeia
A mãe o diz
Duma fazenda
Faz um país


Colonialismo
Não passará

Imperialismo
Não passará
Veio da mata
Um homem novo
Do M. P. L. A.

Namíbia quente
Vai despertando
Da areia ao mar
Agora ou nunca
Não há que errar
Foi em Fevereiro
Na dia quatro
Sessenta e um
Angola existe
Povo há só um

Colonialismo
Não passará...


A cor da pele
Não é motivo
Pra distinguir
Angola nova
Só há que unir
Se novos donos
Querem pôr tronos
No teu país
Dum guerreiro
Faz um juiz

Colonialismo
Não passará...

Olha o caminho
Da Polissário
De Zimbabwé
África toda
Levanta-te
Se novos donos
Querem pôr tronos
Sobre o teu chão
Por cada morto
Nasce um irmão

Colonialismo
Não passará...

Zeca Afonso


quinta-feira, 12 de março de 2009

quarta-feira, 11 de março de 2009

In a manner of speaking

Fugas por lugares esconços com encontros em locais soalheiros...

quarta-feira, 4 de março de 2009

segunda-feira, 2 de março de 2009

Trompe L´oeil

Naquele dia o cabelo dela parecia-lhe áspero, deixou de lhe tocar e ficou a observá-la. O sinal no queixo quebrava a harmonia, decidiu que não gostava dele. Talvez fosse por culpa dele que ela não era fotogénica, sempre que a via numa fotografia pensava que ela era mais bonita ao vivo. Hoje, ela parecia-lhe a fotografia. Também o corpo estava a duas dimensões, de tal forma que se sentia incapaz de o agarrar. Nem o peito, nem os glúteos lhe preenchiam as mãos, será que algum dia o tinham feito? Ela sorriu. Porque sorria ela? Porque tinha de o irritar daquela maneira? Não devia sorrir, ele não queria sorri-lhe de volta. Sorriu-lhe, num esgar perante a sua ironia. Tinha-se enganado e não era ali que queria estar. Sorriu.