terça-feira, 31 de março de 2009

Metafísica do Amor

Não há, pois, homem nenhum que primeiro não deseje ardentemente e não prefira as criaturas mais belas, porque realizam o tipo mais puro da espécie; depois procurará principalmente as qualidades que lhe faltam, ou, por vezes, as imperfeições opostas àquelas que ele próprio tem e achá-las-á belas. O entusiasmo vertiginoso que se apodera do homem à vista de uma mulher cuja beleza corresponde ao seu ideal, e faz brilhar a seus olhos a miragem da felicidade suprema se conseguir unir-se-lhe, não é outra coisa senão o sentido da espécie que reconhece o seu cunho mais atraente e que por ele gostaria de se perpetuar.

Por isso neste instinto, como em todos os outros, a verdade reveste-se de ilusão para actuar sobre a vontade.


Schopenhauer In Metafísica do Amor

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