quinta-feira, 16 de julho de 2009
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos
E por vezes encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
David Mourão Ferreira
Dor-Prazer
Anthony Robbins
BS...
terça-feira, 16 de junho de 2009
terça-feira, 26 de maio de 2009
sexta-feira, 22 de maio de 2009
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Seuls Sur Le Sable
Je respire l'odeur de ton corps chaleureux.
Tu m'embrasse et vois s'afficher un sourire radieux
Sur mon visage éclairé d'une exquise lumière
Celle que m'offre tes yeux bleu clair.
L'élixir de ta bouche où l'amour se propage
Et de part en part enveloppe mon visage
Rempli à jamais mon coeur de douceur
Et vers toi mes désirs partent sans peur.
J'aime voir ton être frémir avec ton âme
Quand dans le mien ton corps s'enflamme
Et boire ton souffle comme un cadeau de la vie
Ainsi nous sommes réunis en une parfaite harmonie.
Puis, quand la nuit voluptueuse pénètrera les cieux,
Que tu dormiras paisiblement à l'ombre de mes seins,
Je déposerai, éternel et muet, un baisé d'adieux
Sur les lèvres de ton sommeil divin.
- Perrine Demailly -
sexta-feira, 8 de maio de 2009
A insensatez que você fez
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor o seu amor
Um amor tão delicado
Ah! Porque você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah! Meu coração quem nunca amou
Não merece ser amado
Vai meu coração, ouve a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Vai meu coração
Pede perdão, perdão apaixonado
Vai porque quem não pede perdão
Não é nunca perdoado
João Gilberto
segunda-feira, 4 de maio de 2009
quinta-feira, 23 de abril de 2009
terça-feira, 21 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Yearn On
the unbearable lack of me.
I want your skin
to yearn for the soft lure of mine;
I want those hints of red
on your canvas
to deepen in passion for me:
carmine, burgundy.
I want you to keep
stubbing your toe
on the memory of me;
I want your head to be dizzy
and your stomach in a spin;
I want you to hear my voice
in your ear, to touch your face
imagining it is my hand.
I want your body to shiver and quiver
at the mere idea of mine.
I want you to feel as though
life after me is dull, and pointless,
and very, very aggravating;
that with me you were lifted
on a current you waited all your life to find,
as though you were wading
through a soggy swill of inanity and ugliness
every minute we are apart.
I want you to drive yourself crazy
with the fantasy of me,
and how we will meet again, against all odds,
and there will be tears and flowers,
and the vast relief of not I,but us.
I am haunting your dreams,
conducting these feversfrom a distance,
a distance that leaves me weeping,
and storming,
and bereft.
K.D.
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.
Clarice Lispector
sábado, 4 de abril de 2009
terça-feira, 31 de março de 2009
Metafísica do Amor
Por isso neste instinto, como em todos os outros, a verdade reveste-se de ilusão para actuar sobre a vontade.
sexta-feira, 27 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
Mas era tarde: ela já ansiava por novos êxtases de alegria ou de dor. Tinha era que ter tudo o que o mais humano dos humanos tinha. Mesmo que fosse a dor, ela a suportaria, sem medo novamente de querer morrer. Suportaria tudo. Contando que lhe dessem tudo.
Do Artista
terça-feira, 17 de março de 2009
Angola. Eu vou.
Veio da mata
De armas na mão
Não é soldado
De profissão
É guerrilheiro
Na sua aldeia
A mãe o diz
Duma fazenda
Faz um país
Colonialismo
Não passará
Imperialismo
Não passará
Veio da mata
Um homem novo
Do M. P. L. A.
Namíbia quente
Vai despertando
Da areia ao mar
Agora ou nunca
Não há que errar
Foi em Fevereiro
Na dia quatro
Sessenta e um
Angola existe
Povo há só um
Colonialismo
Não passará...
A cor da pele
Não é motivo
Pra distinguir
Angola nova
Só há que unir
Se novos donos
Querem pôr tronos
No teu país
Dum guerreiro
Faz um juiz
Colonialismo
Não passará...
Olha o caminho
Da Polissário
De Zimbabwé
África toda
Levanta-te
Se novos donos
Querem pôr tronos
Sobre o teu chão
Por cada morto
Nasce um irmão
Colonialismo
Não passará...
Zeca Afonso
quinta-feira, 12 de março de 2009
quinta-feira, 5 de março de 2009
quarta-feira, 4 de março de 2009
segunda-feira, 2 de março de 2009
Trompe L´oeil
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Cold Feet
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
domingo, 15 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Talvez não seja demasiado tarde para alguns...
Rui Tavares
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Hmmm...
Até hoje, não sabe se foi um sonho ou um pesadelo.
Contrariar a Metafísica
Por isso, da próxima vez que virem alguém trocar um pneu desenfreadamente, correr para apanhar o autocarro de sorriso no rosto, ou caminhar em passo de corrida, já sabem que podem gritar: "ali vai o amor!".
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Da Ponderação.
Escolher o projecto inacabado é o mais supremo acto de não-egoísmo.
Para os que sentem o peso da vida, ele nunca é bastante, nem adulto, se não tiver como fim a gloriosa desistência.
Tenham coragem. Abandonem o lamento, a dor, a dúvida.
Da Solidão...
A felicidade dos outros pode ser insuportável, não é um desejo profundo de rogar infelicidade, é instintivo.
É sempre o outro que nos lembra o que já tivemos, ou o que queremos ter.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Tempo-certo
É a única certeza que me resta.
sábado, 31 de janeiro de 2009
Ainda Shoppenhauer...
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Contos do Vestido Preto II
E se não conhecesse? Não seria isso bom? Não seria isso uma mostra da sua indiferença? Ou seria apenas mais uma arma para construir a fantasia? Nas avenidas, os semáforos altos pareciam pender do céu, a chuva tornava tudo desconexo. Os pensamentos atabalhoados sucediam-se, e se se perdesse? E se não conseguisse lá chegar? Nos últimos tempos, todos os planos que fazia eram contrariados, sempre que pensava que tinha desistido dos planos, via uma intenção contrariada. Seria, afinal, possível viver sem planear? Sem desejar? Sem esperar? Era esse o maior desafio que tentava superar.
À medida que conduzia por caminhos que não conhecia, mas que já não a assustavam, lembrava-se de todas as vezes que tinha equacionado o suicídio. Não sabia dizer se o tinha ponderado de forma consciente, achava que sim. Era recorrente o pensamente de guinar o volante contra um qualquer separador central, puxar o travão de mão, acelarar de olhos fechados. Talvez o melhor fosse não chegar. Talvez o melhor fosse não se despedir. Talvez o melhor fosse não tirar nunca mais o vestido preto.
Metafísica do Amor
Schopenhauer (1788-1860) In Metafísica do Amor
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Contos do Vestido Preto
Tinha cortado o cabelo. Curto como na infância. As unhas vermelhas cortavam a inocência de vermelho. A maquilhagem, os sapatos pretos, tudo tinha um sentido. Em cima da cama, o Vestido Preto.
Cada gesto era demorado para que se pudesse lembrar de tudo no dia em que o quisesse recordar.
Seria a última vez que o via. A solenidade da ocasião era ridicularizada por uma questão recorrente: Ainda se lembrava das suas feições?
Os traços que já não eram seus estavam agora desfeitos. Ia despedir-se de alguém que já não existia. talvez nunca tivesse existido. Será que ele tinha razão?
Para que me escrevas...Depressa...
(C.L.)
My body is cage...
"My body is a cage
We take what we’re given
Just because you’ve forgotten
Doesn’t mean you’re forgiven"
(A.F)